O termo cruelty-free (livre de crueldade, em tradução livre) vem se tornando cada vez mais popular. Mesmo quem não acompanha as novas tendências do mercado, já nota marcas que utilizam essa palavra.
A questão é que, dentro do veganismo, o termo cruelty-free é muito conhecido e, de fato, extremamente importante, principalmente para não ser enganado por empresas que usam essa palavra de forma errada.
Descubra o que é cruelty-free e saiba como ele é aplicado nos produtos que você pode consumir.
O que é cruelty-free?
Como você acabou de ver, cruelty-free significa “livre de crueldade”. Trata-se de um termo que indica produtos que não fizeram uso de nenhum tipo de exploração animal para que fossem fabricados.
O termo vale para todos os materiais e processos envolvidos na fabricação.
Os mercados de cosméticos e produtos de higiene, no entanto, são os que sempre necessitam de testes — e isso está previsto em lei.
Para desenvolver um produto que será utilizado na pele de um ser humano, há a necessidade de comprovar sua eficácia e segurança. Entretanto, os testes costumam ser feitos em animais.
A boa notícia é que, com o avanço da tecnologia, tornou-se possível fabricar cosméticos e produtos de higiene que não exploram, em seus processos de fabricação, os animais.
Se antigamente os laboratórios ficavam repletos de animais indefesos que eram utilizados como cobaias, hoje é possível realizar os testes em processos in-vitro ou por meio de computadores.
Quando um processo de fabricação chega nesse nível de avanço, ele pode ser considerado cruelty-free, porque independe de sacrifício animal para o benefício humano.
Essa mudança se dá por diferentes motivos e o principal é a pressão dos consumidores. No Brasil, 14% da população se declara vegetariana.
Mas não é só essa população que exige mudanças. 55% dos brasileiros consumiriam mais produtos veganos se estivessem indicados na embalagem.
Além disso, houve 75% de crescimento da população vegetariana nas regiões metropolitanas. Esses números pressionam o mercado.
Como um produto se torna cruelty-free?
É importantíssimo saber como um produto se torna cruelty-free, pois muitas empresas estão agindo de má fé e querendo enganar os consumidores.
Em primeiro lugar, existe selo de autenticidade de cruelty-free e ele só é entregue aos produtos que estão livres de qualquer tipo de teste em animais.
Só que o selo de cruelty-free não se limita ao processo de fabricação, pois abrange a origem de cada material utilizado. Vamos a um exemplo?
Digamos que todo o processo de fabricação de um batom seja livre de exploração animal. Mas ele compra insumos de outra marca, que por sua vez não tem o selo porque utiliza animais em seus processos de fabricação.
Dessa forma, a empresa que está livre de exploração animal não consegue o selo cruelty-free.
A questão é que há marcas que se dizem cruelty-free, mas adquirem insumos de empresas que não são. Isso gera uma confusão na cabeça dos consumidores, pois não basta dizer no rótulo que é cruelty-free.
Sendo assim, é fácil confundir um selo verdadeiro com outro falso.
Qual a diferença entre produtos veganos e cruelty-free?
O selo cruelty-free depende de ações veganas, mas será que os dois termos têm o mesmo significado? Não é bem por aí.
Os produtos veganos são aqueles que não possuem nenhum ingrediente de origem animal. Já os produtos cruelty-free são aqueles que não fazem testes em animais em nenhuma etapa de seu processo de fabricação.
A exploração animal, no caso dos produtos cruelty-free, não pode ocorrer nem na fabricação e em nenhuma das matérias-primas utilizadas.
Isso significa que determinado produto pode ser cruelty-free, porque não faz testes em animais, mas não necessariamente será vegano. Vem daí a importância de verificar a descrição da embalagem.
Sim, o cruelty-free faz parte, de certa forma, do veganismo, porque abrange áreas como alimentação, design, esporte e outras que envolvam a exploração animal.
O ponto-chave é saber se o produto desejado está ou não associado às duas causas. Se ele não utiliza nenhum ingrediente de origem animal nem é testado em animais, aí sim pode ser vegano e cruelty-free.
Como escolher produtos cruelty-free?
Para ajudar na hora de escolher cosméticos cruelty-free, separamos algumas dicas:
Leia os rótulos
Não basta estar escrito cruelty-free. Busque selos dados por entidades como PETA, Leaping Bunny e Sociedade Vegetariana Brasileira.
Caso a embalagem contenha algum tipo de selo de certificação cruelty-free de organizações diferentes das citadas acima, busque informações na internet para garantir a veracidade.
Busque produtos multifuncionais
Produtos multifuncionais são aqueles que podem ser utilizados de diferentes maneiras. É o caso de um bastão que pode ser utilizado como sombra, blush e batom.
O BB Cream, por exemplo, é um exemplo conhecido de produto multifuncional, pois trata-se de uma base que também é protetor solar.
A Manteiga de Karité é outro exemplo, pois é um tipo de hidratante que pode ser aplicado tanto no rosto quanto no corpo.
A utilização de produtos multifuncionais faz com que sejam utilizados menos recursos do meio ambiente, tanto para o item em si quanto para as embalagens. Além disso, é mais prático de transportar.
Opte por produtos de qualidade
Na hora de escolher produtos cruelty-free, tente não considerar apenas o preço, mas, sim, a qualidade dele.
Produtos que barateiam demais seus processos podem utilizar componentes de baixa qualidade, que fazem mal para a pele. Alguns cosméticos “baratinhos” são conhecidos por entupir os poros e causar acne e alergias.
Observe, portanto, aqueles que são feitos com componentes naturais e de qualidade.
É gratificante que o mercado venha evoluindo nesse sentido e ofereça marcas e produtos cruelty-free com preços competitivos.
Adquiri-los é uma maneira de cuidar de um ciclo bem maior do qual você imagina: animais, meio ambiente, você e seu bolso.
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