O mindfulness consiste na prática da atenção plena. Este breve conceito é de uma importância sem precedentes nos tempos atuais, onde vivemos em uma velocidade alucinante.
Estudos já indicam o quão nocivo é o meio de vida moderno para a saúde e bem-estar das pessoas. Em média, estamos 47% de nosso tempo distraídos, sem consciência do que estamos fazendo. Isso significa que passamos metade do nosso tempo de vida ausentes do tempo presente, simplesmente revivendo eventos passados ou projetando o futuro.
Não por acaso, enfrentamos uma verdadeira epidemia de distúrbios de ansiedade. É cada vez mais comum pessoas manifestarem sintomas próprios dessas doenças, como oscilações bruscas de humor, tristeza persistente, alterações do sono e estresse.
E por mais simples que possa parecer, a chave para a resolução desses e outros problemas está na prática da atenção plena – perspectiva foco das técnicas de mindfulness. Para entender como elas funcionam, continue a leitura.
Afinal, o que é mindfulness?
O homem moderno está imerso em um verdadeiro mar de distrações. Para quem acha a afirmação exagerada, basta parar um pouco e refletir sobre a forma e a velocidade como vivemos.
Os aparelhos celulares disparam centenas de notificações diariamente, quase sempre prontamente visualizadas. As redes sociais e os portais de notícias nos bombardeiam com uma verdadeira avalanche de conteúdo, nos mais diversos formatos. A comunicação é quase sempre instantânea e as pessoas esperam respostas imediatas ao enviar uma mensagem ou e-mail.
Frente a tantos estímulos, pode ser difícil manter a mente no tempo presente e ter êxito na execução de simples tarefas do dia a dia, como produzir um relatório, ler um livro ou ouvir atentamente ao que outra pessoa tem a nos dizer.
Neste cenário caótico, o mindfulness – prática intencional da atenção plena – surge sob a promessa de inaugurar um modo de vida diferente. Basicamente, a intenção é treinar a própria mente para que ela permaneça focada no tempo presente, sem divagar entre passado e futuro.
Esse condicionamento se assemelha à prática de uma atividade física. Quando repetimos determinado movimento, obtemos um ganho de performance em sua execução. O tônus muscular aumenta, assim como a própria memória muscular, que é a consolidação de uma tarefa motora.
Outra associação bastante recorrente acontece com a prática de meditação, que também parte da perspectiva da atenção plena. Nesse caso, diferenciar uma e outra técnica pode ser difícil, mas não impossível.
Atenção plena é um dos pré-requisitos para a meditação, que ainda busca objetivos transcendentes, como expansão da consciência e elevação do estado vibracional do espírito. Esses aspectos fazem parte de tradições religiosas, como o Budismo e o Hinduísmo. Com isso, podemos dizer que mindfulness é meditação, mas meditação não é mindfulness.
Vale ainda destacar que o mindfulness foi formatado como método terapêutico pelo médico Jon Kabat-Zinn, em meados dos anos 70. Com a prática, sua intenção era trazer ganhos para a saúde mental de seus pacientes.
5 práticas de mindfulness para aplicar hoje mesmo
Vejamos, então, como funcionam as principais práticas de mindfulness. Como você verá a seguir, todas elas convergem para um mesmo princípio: estabelecer um ponto de atenção e treinar a mente para permanecer neste estado.
1. Faça breves pausas
10 minutos de seu dia podem ser dedicados para uma pausa meramente contemplativa. Neste intervalo, livre-se de distrações e mantenha o foco em suas próprias emoções.
Deixe os sentimentos fluírem e observe como eles se manifestam. Prestar atenção em si já será um primeiro grande passo.
2. Preste atenção a sua respiração
Preste atenção em sua respiração continuamente, sem a intenção de tentar controlá-la. E quando sua mente começar a divagar, capte novamente sua atenção e retorne para o exercício.
Quanto mais tempo você conseguir permanecer focada em sua respiração, maior será a sua capacidade de desenvolver outras tarefas atentamente.
3. Perceba sua forma de andar
A sua forma de andar pode ser outro ponto de atenção a ser exercitado. Ao caminhar, identifique os movimentos de seu corpo, desde o balançar dos braços, passando pelo posicionamento de seus pés e indo até a oscilação dos quadris.
Caminhe despretensiosamente, sem pressa e sempre atento a cada movimento. Tomar consciência do próprio corpo também é uma prática de exercício pleno da atenção.
4. Exercite sua capacidade de ouvir
Quantas vezes permanecemos em frente a um interlocutor, olhando atentamente para ele, mas sem assimilar quase nada do que foi dito? Essa é uma situação que ocorre diariamente na vida de milhões de pessoas e diz muito sobre a nossa capacidade de exercer a atenção plena.
Por isso, esta técnica de mindfulness consiste exatamente nisso: na capacidade de ouvir. Frente a esse objetivo, condicione-se a realizar uma escuta ativa em conversas mantidas com amigos, parentes, colegas de trabalho, etc.
Observe as expressões faciais das pessoas, veja como elas se expressam corporalmente e tente assimilar cada frase dita. Esse é um treinamento simples, que pode ser executado cotidianamente.
5. Cultive a gratidão
Acordar todas as manhãs e refletir sobre o que nos motiva a viver é mais um exercício de mindfulness, mas que também pode ser classificado como uma prática de bem-estar emocional.
Nestes momentos, pense em pessoas, projetos, ideias e experiências que elevam o seu ânimo, o fazendo lembrar “como é bom estar vivo”.
Outra abordagem interessante é chegar ao final de cada dia e enumerar pelo menos uma circunstância vivida nas últimas 24h que o faça manifestar o sentimento de gratidão. Pode ser um simples sorriso de quem você ama, a oportunidade de ter desfrutado de uma bela refeição ou uma conquista pessoal.
Mesmo durante um dia atribulado, é certo que você poderá identificar pelo menos uma circunstância pela qual foi grato. E desde que isso se torne um hábito, você terá sempre consigo a lembrança do que o faz feliz de verdade.
Gostou de conhecer as práticas de mindfulness apresentadas? Aproveite e confira novas publicações na seção “No Dia a Dia” de nosso blog.