O termo slow fashion foi criado em 2004, na cidade de Londres, pela escritora de mora Angela Murrills, inspirado em um termo parecido: o slow food.
Slow fashion significa, literalmente, “moda lenta”. Trata-se da definição de um sistema de produção mais sustentável, diferente da indústria padrão.
Enquanto a indústria, de modo geral, prioriza fabricação em massa, globalização, apelo visual, materiais baratos e baixo custo de mão de obra, o slow fashion vai na contramão.
Vamos juntas conhecer o conceito de slow fashion que está mudando o mundo da moda!
Entendendo melhor o que é slow fashion
O slow fashion preza pela diversidade, prioriza o local em relação ao global, promove consciência socioambiental, contribui para a confiança entre produtores e consumidores, além de praticar preços reais.
A atitude slow fashion faz com que toda a cadeia produtora e consumidora repense sobre o atual mercado. Traz um novo olhar sobre o modo de produzir os itens de vestuário.
Como havíamos dito, o slow fashion vai na contramão da indústria padrão. Ele valoriza cada etapa do processo de produção, dos insumos às vendas.
Oferece produtos de alta durabilidade que são feitos por meio de processos sustentáveis e ecologicamente corretos.
No slow fashion há a valorização de recursos locais, pois trata-se de uma forma de resistência em relação à avalanche da globalização.
A globalização, em muitos aspectos, é positiva. A questão é que, de forma desenfreada, passou a massificar culturas.
Não é raro visitar uma cidade, como Nova York, e comprar souvenirs cujas origens são China e outros países asiáticos.
E não precisamos ir longe. Algumas cidades brasileiras já importam seus souvenirs de outros países, ou seja, nem os materiais usados são locais.
No caso da produção globalizada do fast fashion, que padroniza as roupas no mundo inteiro, é diminuído o espaço para as especificidades culturais.
Também desvaloriza os trabalhadores e os talentos locais, além de consumir muitos recursos e matéria-prima.
Como funciona o slow fashion?
No slow fashion, a produção de roupas e acessórios é enraizada na comunidade local, portanto, depende muito dela.
Esse processo faz com que haja transparência nos processos e menos intermediação entre produtores e consumidores.
A transparência colabora, por exemplo, para informar aos consumidores a real origem dos produtos — em vez de mascarar isso ao destacar apenas o estilista ou a marca por trás.
Como o slow fashion diminui a quantidade de intermediadores no processo de troca de mercadorias, ocorre a aproximação entre produtor e consumidor.
Para entender bem como isso ocorre, basta lembrar a última vez que você esteve presente em uma feira de produtos artesanais.
Em muitos casos, os produtos foram feitos pela pessoa que te atendeu.
O estreitamento de vínculo faz com que os produtores sintam a responsabilidade de entregar, cada vez mais, itens de alta qualidade.
Por outro lado, os consumidores passam a sentir uma responsabilidade em relação a quem produz, pois são pessoas que fazem parte da comunidade.
Por que o slow fashion é tão importante?
O slow fashion estimula uma mudança de comportamento.
A produção de artigos de moda vem crescendo de modo intenso nos últimos 15 anos, o que gera uma enorme quantidade de produtos descartáveis.
Para se ter uma ideia, o equivalente a um caminhão de lixo cheio é queimado ou despejado em aterros a cada minuto. Há, por exemplo, 40 mil toneladas de roupas acumuladas em pleno deserto do Atacama.
E você já pensou na quantidade de insumos para produzir todas essas pelas?
Uma única camiseta de algodão requer 2.700 litros de água, o necessário para um adulto se hidratar ao longo de 2,5 anos.
Logo, se uma única camiseta não possui alta durabilidade, essa quantidade de água utilizada para produzi-la é desperdiçada de modo mais rápido, pois haverá a necessidade de comprar outras peças.
Quais as oportunidades do slow fashion?
O slow fashion, além de estimular a preservação do meio ambiente, gera importantes oportunidades de atuação. Listamos as principais:
Logística mais sustentável
Cadeias globais de produção fazem com que seja maior o gasto com combustíveis, principalmente os fósseis, que são altamente poluentes.
Quando a cadeia de produção e comercialização se torna local, é menor o consumo desses combustíveis, pois as matérias-primas são regionais.
Outro ponto importante é que esse estreitamento de laços comerciais com pequenos produtores fortalece a economia local como um todo.
Reaproveitamento
Destacamos ainda o reaproveitamento de insumos e o maior cuidado com o desperdício no slow fashion, diminuindo drasticamente a quantidade de resíduos gerados.
Inovação
Outra oportunidade que o slow fashion gera é a constante busca por novos materiais e tecnologias que causem menos impacto no meio ambiente.
O slow fashion transforma a cadeia de produção e estimula constantemente a inovação e a criatividade.
Como inserir o slow fashion no meu dia a dia?
Existem diferentes maneiras de aderir a este movimento de moda consciente. A primeira é evitar os tecidos de fibras plásticas.
Esses tecidos, durante a lavagem, liberam partículas de plástico que, consequentemente, vão para rios e mares.
Também é importante cuidar da durabilidade de suas peças, pois o descarte rápido e constante contribui para o acúmulo de resíduos em lixões.
Outra dica interessante é apostar na reutilização. Coloque a costureira para remendar, reciclar ou criar uma peça nova a partir de outra antiga.
As escolhas de moda conscientes também fazem parte das atitudes para aderir ao movimento de slow fashion. Não valorize tanto o que está na moda e dê preferência às peças atemporais, duráveis e de maior qualidade.
Priorize também as marcas responsáveis e locais. Saiba de quem você está comprando e dê preferência para vendedores locais.
Por último, mas não menos importante, dê o descarte adequado às suas roupas. Não jogue no lixo comum.
Busque instituições de caridade, doe, venda ou troque em brechós. Caso a peça esteja inutilizada, procure os pontos de coleta específicos da sua cidade.
Gostou de conhecer esse movimento chamado slow fashion?
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